Causos de um ursinho

Sunday, November 27, 2011

DISPARADORES: Grupo Anima e "Ser senhor das própias velocidades." (Gilles Deleuze)

Mas que inferno

Thursday, February 22, 2007

Pois é agora que eu digo
Ninguém mais me põe calado
Pra quem tiver bom ouvido
Além do rabo encurtado

A Biboca é um perigo...
Os óio todo estrelado
As fulô do verde pino
Inveja os assafirado

A Biboca é um colorido
Linda pra qualquer agrado
Fica quieto os passarinho
Se ela aparece um bocado

Pois agora eu abro o bico
Todos dente destravado:
Deus esteja bem contigo
E eu, indigno, ao seu lado.
Ler o livro do Mário nas páginas
Ou pelas janelas do ônibus?

Saturday, February 10, 2007

Ser ou star?

Monday, February 05, 2007

Daniversário

Ela mesma, a Danizoca,
A morena paquitosa
(e isso que rim agora...)
Tem mais cara é de paçoca
Mas apenas porque faz grego

Ela é plena de ungüento
Nossa amiga dos peitos
Que sabe. dos troianos ventos

A Dani é quase uma prece
Ela, sim, é o que procede
Com a garra. Luta e sangue.

Todo mundo, aflito, pede:
Dani, Dani, Dani, Dani!
E tudo mais que se dane!

Feito pra Dani, que graças aos anjos, saiu de grgeo e vai fazer francês a partir desse ano!

Ah, e quanto ao primeiro exercício poético, acho que vou deixar o segundo verso na sua versão original:
"Ai, que não vale um centavo esse Gustavo..."
Fica melhor? Pior?
Críticas, por favor! E em relação a tudo!
Brigudu!

Monday, January 29, 2007

Já descansamos bastante de mim, Gu Tchurbs. Agora haveremos de continuar descansando da historinha da Jenninha, pois é criança e, com criança, não se discute... elas sabem mais do que a gente... então, se ela não quer ser escrita, pois que descanse...
Mas um ou outro poema ou exercício poético, hei de lançar por aqui. A pedidos renitentes (dentre tantos) do Pantera, meu crítico mais generoso. Brigudu, Pantera!

DOS EXERCÍCIOS POÉTICOS:

Alexandrino irônico

A Lu coleciona moedas de um centavo
Ai, que não vale algum centavo esse Gustavo...

Thursday, February 16, 2006

“Onde anda a onda”

Sol pai de dia, mãe Lua de noite. Calor de dia, frio de noite. A gente viu que as coisas não eram tão constantes assim. E foi um momento de esperança!
“Ah, Caicó
Arcaico,
em meu peito catolaico
tudo é descrença e fé

Ah, Caicó
Arcaico,
Meu cashcouer mallarmaico
Tudo rejeita e quer

É com é sem
Milhão e vintém,
Tudo mundo e ninguém,
Pé de xique-xique,
Pé de flor
Relabucho velório,
Vídeo-game oratório,
High-cult simplório
Amor sem fim desamor”

Era a Jenninha cantando pra mim... Quase melhor... Nunca me esqueci da sua voz revoltando ondas por aquele power-monstruoso deserto... Era tão lindo, tão... tão... fundo na alma... tão sereia no mais fundo do mar, onde não dá pé e a Jenninha não deixa o Gursinho chegar (porque só sei nadar cachorrinho e mal porque sou ursinho)... que quase as ondas do mar vieram ouvir esquecendo os limites de Geografia: aquela coisa de não poder ficar acordado depois das dez...
Musicar é “entrar em acordo profundo e não visível com a intimidade da matéria”... É encontrar a ordem no meio dos ruídos... É estabelecer uma paz, um conto-de-fadas feliz! E nos desertos têm ruídos. Na solidão também tem ruídos. O nosso corpinho pulsa e bem de noitinha no silêncio eu sempre ouvia o sangue da Jenninha passeando pelo corpo, o coração ritmando...
Mas as nuvenzinhas emocionadas no céu deixaram escorrer mel e choveu... Era uma bênção! O doce no sal das areias, no sal da aguinha-éca, no sal da vida. Era dia na infinda noite. Era o pai, o pai que minha Jenninha disse ter perdido bastante nova, que nem da minha idade, pois é pois é pois é... Ele era um médico cheio de brilho e de bondade, era médico e morreu pra sarar uma vida, pegou uma infecção e, logo depois de entregar a alma pro corpo já sem dodói do paciente, ele encantou, virou estrelinha. Aquela lá! Dava pra ver no céu daquele dia. Também tinha nome de Sol.
Não tardou tanto e veio a noite... Veio o frio... e a gente cheio molhado... E a gente viu que as coisas se repetiam a si sempre mesmo... Era Sol e Lua num dia e Sol e Lua no outro... E a gente despertava... Mas de um sonho bom... E tinha aprendido pelo menos que, se a carta do Yu-Gui-Oh! É sempre a mesma, ela tem 2 lados: um que é meio (inútil?), só tem escrito coisa que a gente (sabe?) e esconde.
e outro que é cheio de poder, que tem ataques e defesas mil...
2 lados?
"Pelo espelho"

Eu estava lá e fazia das areias, das estrelas, companhia. Mas ela, minha doce ela, não estava mais sozinha de pessoas, de coisas: estava sozinha de si? Era um abandono. Mas não este abandono, com palavras, era um esconde-esconde na Treva dos Dragões, malvado, quando a gente não consegue brincar.
E não com espanto ela estava molenga pra brincadeiras... O que era a vida depois de a gente perder o um amor-da-vida, e de perder sempre, sem ter tido pra sempre, de perder todos amiguinhos do teatro, que eram os amiguinhos, de perder o humano? Existe vida se a gente perder o espelho? E no deserto que a gente tava nem tinha espelho nem lojinha de 1,99 e nem outra lojinha... Era o sem-humano... E acho que a Jenninha também não fazia companhia das areias porque virava areia. Que qualquer vento bobo leva... Vai ver quem não é areia?

O Sol fervia de dia e a noite não esquecia de castigar à noite com seu frio. Era suar de derreter sorvetinho de limão gostoso na praia de dia e abraçar de mês sem se ver eu e a Jenninha pra dizer pro frio que ele era boboca e que a gente se vira! Como eu queria colar meus pelinhos na Jenninha, não ia dar pro cheiro, mas era fazer alguma coisa... Mas não tem jeito, quando a gente vai pro deserto é pra gente mesmo inventar pelos...

Friday, February 10, 2006

"Da resposta - continuação"

E a gente adejou, fez um gol, muito rock n`roll, eu rebolei... e... ela sentou... respirou... e num suspiro trouxe os elefantõezões pesando no olhar... e ainda deve ter trazido um quilo de quiabo pra temeperar a amargura...
Como minha Jenninha já não é tão gente grande, ela advinhou ligeira minha curiosidade e disse (quase cantando com aquela voz das fadas):
-Minha coisa gorda fofa, num olha assim... eu te conto... se o Roberto Carlos pode falar com planta porque que eu não posso falar com ursinhos? (Só não gostei do plural) Então, mas bem baixinho... pra ninguém ouvir... É o montro do Amor... Será que ursinhos lá sabem de amor?
-
-O homem da minha é meu professor de teatro! Uma ternura! Um encanto! Tem o céu nos olhos! Ai... E eu sou idiota! E disse que amava ele loucamente! Eu contei tudo! Ele, tão doce, sorriu... Um sorriso surpreso... Não disse nada... Me abraçou... Partiu... Na aula de ontem decidiu que ia abandonar as aulas de teatro... Eu sabia que a culpa era minha! Toda minha! Eu fodi um grupo inteiro de teatro, meu fofo... Um grupo inteiro! E me fodi à décima potência! Como vou encontrar ele de novo? Como vou me encontrar de novo sem ele, se me perdi nele... Se só ele tem o céu... Se eu me perdi no céu... Se é só no céu que tem anjos, nuvens de algodão, de algodão doce... Se é só no céu que a gente pode ser feliz...

Naquelas palavrinhas decoradas matematicamente eu senti as areiazinhas ferventes que minha Jenninha pisava no deserto... E elas doíam, eram ásperas... íngremes... Quando eu percebi, eu estava com ela... O Sol brilhava toda culpa que ela sentia... E queimava sua pele branquinha... Sol mais forte que no Rio... E eu e meus irmãozinhos viemos do Rio... Eu queria fazer sombra, mas era tão baixinho... Nem adiantava comer banana, não crescia...

-É sempre assim, Gursinho, dou um passo pra frente e dois pra trás! Soluçando.

Eu queria dizer que aprendi na TV (gosto muito de TV!) que o mundo é uma Roda Gigante. É gingante e é redondo! E gira que gira! Então, dois passos pra trás também devem ser pra frente! Qual é a diferença? E que o mundo era que nem os olhinhos dela! E que o Gursinho preferia o caramelo ao céu... Porque caramelo enche a barriguinha...
Eu não consegui dizer com palavras, óbvio, mas disse com os olhos. E a Jenninha até que entendeu, forçou um sorrisinho só pra me dizer que tinha entendido... Tão ultra-hiper-pluri-super-mega-power-tudo! E eu vi que o que a gente diz com os olhos a gente diz mais alto do que quando diz com palavras, mesmo se for berrando que nem o despertador... E vi que eu falo mais alto que o despertador! E encostei na felicidade. Mas era miragem.